quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A Essência da Carreira do Dj

 

Nessa nossa edição vou tratar de um assunto que muito me incomoda, mas mostra uma dura realidade dos novos tempos. Afinal “Qual a Essência para ser DJ?” Quando a carreira teve seu início nas décadas de 60/70 os Djs ficavam em cabines de som nas suas respectivas Boites ou Discotecas, sem se preocupar com nenhum item técnico a não ser produzir boas mixagens, que é na essência, a sua arte, a arte de discotecar. Não tinha a menor chance do Dj ficar programando luzes e efeitos na hora da apresentação, sempre haveria de ter alguém para fazer isso para ele. Quando comecei na década de 70, o equipamento de som era esse ai, dois toca discos, um amplificador, 2 caixas de som, um tape deck. Já na iluminação, essa era montada a base de pastilhas, que faziam as lâmpadas piscarem sozinhas, ou, se rolasse uma grana a mais, um aparelho sequencial, talvez um globo espelhado e uma lâmpada de luz negra, esses eram os efeitos da época, que, aliás, acabaram de ser ressuscitados com força em pleno ano 2013, mas ai já é outra história, tudo que é “retrô” tema a sua chance. Nesse período da era Disco, foram surgindo as grandes equipes de som que produziam os eventos nos clubes como a Furacão 2000 que é a maior até hoje, aliás tive o prazer de tocar algumas festas de aniversário para o dono Rômulo Costa na casa de festas Espaço 45 na Barrinha que foram o maior sucesso. Eis e o que eu questiono sobre a essência da carreira de Dj. Os Djs das equipes de som e os Djs de música Eletrônica, que não são donos dos equipamentos nem de som nem de luz, e que são apenas Djs de carreira, tocam numa produção técnica de som e luz pré-definida para eles. No nosso caso do mercado de festas particulares, não tem jeito, temos que montar toda a estrutura de som e em alguns casos de luz também. Não consigo entender como alguns que se dizem djs saem oferecendo pista de dança, cabine de fotos, escola de samba, filmagem e ainda um monte de serviços dentro de um “pacote” onde tudo se originou a princípio no serviço de DJ. Como se concentrar em tantos serviços e ainda achar que tudo irá dar certo quando você deveria estar concentrado na pista de dança??? É claro que a questão não é de quem oferece, mas de quem contrata todos esses pacotes de um DJ achando que tudo vai dar certo sempre. A verdade é simples, e a experiência mostra que quanto mais o profissional for especializado no produto/serviço, mais profissional será o resultado. Ok, dou minha cara a tapa pois já tive tudo isso. Mas é importante ser dito, e vocês não fazem ideia do que é ir discotecar um evento e o telefone não parar de tocar o dia inteiro com reclamação de todos os lados com os serviços que você simplesmente não domina. É a luz decorativa que não finalizou na hora, o telão que ainda não chegou, a pista de dança que ficou fora do lugar, ou seja, um verdadeiro inferno na sua vida. O som onde eu domino profundamente simplesmente ficava em 5º lugar, era tocar sob pressão sem nenhuma concentração só apagando incêndios, um verdadeiro horror, foram anos assim. Hoje, com toda a consciência do mundo, reconheço que a melhor coisa é a parceria com profissionais que você respeite e recomende sem querer atravessá-los. Amigos de mercado que fazem esses trabalhos bem feitos como Wilson da Top Light, Japiassú, Two Lights, M2, Prallon, Rafael Hallake entre outros, cada um na sua área. As vezes são estruturas enormes que por ser dj chega a ser ridículo querer oferecer absolutamente tudo de uma produção, sem esquecer os decoradores e produtores que devem sofrer horrores com esses contratos malucos. Pena que os contratantes até por uma questão de comodidade dão vazão a esse tipo de contrato. Sou da geração dj de som e luz de pista, apenas, e alguns que já entrevistei aqui continuam nessa linha com toda a razão vendendo somente seu trabalho como dj. Seria isso uma evolução do mercado ? O mercado contratante que seja o próprio julgador dessa historia.

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